terça-feira, 15 de novembro de 2011

Uso do por que, por quê, porque e porquê

  • Usa-se por que:
a) nas interrogativas diretas e indiretas:
    Por que você demorou tanto?
    Quero saber por que meu dinheiro está valendo menos.

b) sempre que estiverem expressas ou subentendidas as palavras motivo, razão:
     Não sei por que ele se ofendeu.
     Eis por que não lhe escrevi antes.

c) quando a expressão puder ser substituída por para que ou pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais:
     A estrada por que passei está esburacada.

d) em títulos:
    Por que o governo substituiu o ministro da economia

  •  Usa-se por quê:
       quando a expressão aparecer em final de frase ou sozinho:
       Ria, ria, sem saber por quê.
       Brigou de novo? Por quê?
  • Usa-se porque:
       quando a expressão equivaler a pois, uma vez que, para que:
       Não responda, porque ele está com a razão.

  • Usa-se porquê:
       quando a expressão for substantivada, situação em que é sinônimo de motivo, razão:
       O diretor negou-se a explicar o porquê de sua decisão.


Fonte: CEREJA, W.R.; MAGALHÃES, T.C. Português - Linguagens: volume 1: ensino médio.. Atual Editora. 5ª edição. São Paulo. 2005   

sábado, 12 de novembro de 2011

Uso da crase

             Este texto retirei do site do UOL Educação, o qual foi escrito por Dílson Catarino (professor de gramática da língua portuguesa, literatura e redação, desde 1980. Graduado em letras e pedagogia, ele tem pós-graduação em psicopedagogia).
             Crase é um assunto que acaba caindo em todo tipo de prova (Vestibular, Etec, concursos públicos entre outros) e causa muitas dúvidas em qualquer ser humano falante da língua portuguesa.
Espero que seja uma ajuda em seus estudos!!!!

Até as 22h ou até às 22h?

"O resultado das eleições será conhecido até as 22h".

A maioria dos estudantes, ao escrever uma frase parecida com a apresentada no título, ficaria em dúvida quando a colocar ou não o acento grave indicador de crase em "as 22h". Acredito que colocariam o acento. E você, caro internauta, colocaria o acento grave ou não?

Vamos à explicação: o vocábulo crase provém do grego krâsis, cujo significado é ação de misturar, mistura de elementos que se combinam num todo. Para nós, lusófonos, é a contração da preposição a com os artigos definidos a, as ou com os pronomes demonstrativos a, as, aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo:
  • a + a = à
  • a + as = às
  • a + aquele = àquele
  • a + aqueles = àqueles
  • a + aquela = àquela
  • a + aquelas = àquelas
  • a + aquilo = àquilo
Vejamos alguns exemplos:

1. "Nunca obedeci àquele homem, pois não o respeito" (quem obedece, obedece a alguém);
2. "Assisti à peça teatral escrita por Mário Bortoloto" (quem assiste, no sentido de ver, assiste a algo);
3. "Não aspiro àquela vaga, mas à que foi ocupada por Oriolando" (quem aspira, no sentido de desejar muito, aspira a algo);
4. "Cheguei ao cinema às 19h50" (chegar, ao indicar hora exata, exige a preposição a).

Ocorre, porém, que, em muitas situações, outra preposição é usada, e não o a. Quando isso ocorrer, não haverá o acento indicador de crase, em virtude da falta da preposição a. Vejamos alguns exemplos:

1. "Cheguei após as 7h": não há o acento indicador de crase, pois, no lugar da preposição a, usou-se a preposição após;
2. "Estou aqui desde as 7h": não há o acento indicador de crase, pois, no lugar da preposição a, usou-se a preposição desde.

Há, porém, uma preposição que admite a preposição a ao seu lado: é a preposição até. Vejamos alguns exemplos:

1. "Ontem, fomos até o parque caminhar" (ou até ao parque);
2. "Dormi até o meio-dia" (ou até ao meio-dia).

Tal combinação não é obrigatória; é, aliás, desnecessária. A combinação de até com a acontece com o objetivo de evitar ambigüidade, ou seja, evitar duplo sentido na frase, pois o vocábulo até, além de ser preposição, também pode ser advérbio com o sentido de inclusive. Às vezes, não há como saber qual dos dois foi usado.

Veja o seguinte exemplo:
"A enchente inundou o bairro todo, até a igreja"
Não dá para saber o sentido exato da frase. Há duas situações:
- A enchente inundou o bairro todo, mas não a igreja: chegou até ela e parou;
- A enchente inundou o bairro todo, inclusive a igreja.

Se a primeira opção for a verdadeira, até é preposição; se for a segunda, advérbio. Caso a verdadeira seja a primeira opção, recomenda-se o uso da preposição a em combinação com até, evitando, assim, o duplo sentido: "A enchente inundou o bairro todo, até à igreja".

Caso a verdadeira seja a segunda opção, recomenda-se o uso de inclusive: "A enchente inundou o bairro todo, inclusive a igreja".

A frase apresentada no início do texto não apresenta ambigüidade. Pode-se, portanto, usar o acento indicador de crase, mas não há necessidade dele.

Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/pegadinhas/ate-as-22h-ou-ate-as-22h.jhtm>, acesso em: 12 nov. 2011

Algumas dicas para interpretar textos

            Encontrei este texto e dicas em outro blog, mas como achei muito interessante e útil, reproduzirei aqui para meus leitores. Os interessados em ver mais coisas podem consultar o site que colocarei ao final do texto, como referência bibliográfica. Boa leitura e aproveitem as dicas!!!!


"A literatura é a arte de recriar através da língua escrita. Sendo assim, temos vários tipos de gêneros textuais, formas de escrita; mas a grande dificuldade encontrada pelas pessoas é a interpretação de textos. Muitos dizem que não sabem interpretar, ou que é muito difícil. Concordo. Se você tem pouca leitura, consequentemente terá pouca argumentação, pouca visão, pouco ponto de vista e um grande medo de interpretar. A interpretação é o alargamento dos horizontes. E esse alargamento acontece justamente quando há leitura. Somos fragmentos de nossos escritos, de nossos pensamentos, de nossas histórias, muitas vezes contadas por outros. Quantas vezes você não leu algo e pensou:"Nossa, ele disse tudo que eu penso." Com certeza, várias vezes. Temos aí a identificação de nossos pensamentos com os pensamentos dos autores, mas para que aconteça, pelo menos não tenha preguiça de pensar, refletir, formar ideias e escrever quando puder e quiser.
A prática das escolas em relação à escrita e interpretação têm mudado, mas a passos lentos, aliás como tudo que acontece na educação. Ainda temos professores em sala de aula que cortam a veia literária de seus alunos com comentários medíocres, que permitem apenas uma interpretação possível, a que vem no livro do professor com a tarja "uso do professor/venda proibida".
Tornar-se, portanto, alguém que escreve e que lê em nosso país é uma tarefa àrdua, mas acredite, valerá a pena para sua vida futura. E, mesmo, que você diga que interpretar é difícil, você exercita isso a todo momento. Exercita através de sua leitura de mundo. Você sabe, por exemplo, quando alguém lhe manda um olhar de desaprovação mesmo sem ter dito nada. Sabe, quando a menina ou o menino está a fim de você numa boate pela troca de olhares. A todo e qualquer tempo, em nossas vidas, interpretamos, argumentamos, expomos nossos pontos de vista. Mas, basta o(a) professor(a) dizer "Vamos agora interpretar esse texto" para que as pessoas se calem. E ninguém sabe o que calado quer... pois ao se calar você perde oportunidades valiosas de interagir e crescer no conhecimento. Perca o medo de expor suas idéias. Faça isso como um exercício diário mesmo e verá que antes que pense, o medo terá ido embora.

Vou colocar aqui algumas dicas para quando você interpretar um texto:

  1. O autor escreveu com uma intenção - tentar descobrir qual é ela é a chave.
  2. Leia todo o texto uma primeira vez de forma despreocupada - assim você verá apenas os aspectos superficiais primeiro
  3. Na segunda leitura observe os detalhes, visualize em sua mente o cenário, os personagens - Quanto mais real for a leitura na sua mente, mais fácil será para interpretar o texto.
  4. Duvide do(a) autor(a) - Leia as entrelinhas, perceba o que o(a) autor(a) te diz sem escrever no texto.
  5. Não tenha medo de opinar - Já vi em sala de aula muitos alunos terem medo de dizer o que achavam e a resposta estaria correta se tivessem dito.
  6. Visualize vários caminhos, várias opções e interpretações - Só não viaje muito na interpretação.Veja os caminhos apontados pela escrita do(a) autor(a). Apegue-se aos caminhos que lhe são mostrados.
  7. Identifique as características físicas e psicológicas dos personagens - Se um determinado personagem tem como característica ser mentiroso, por exemplo, o que ele diz no texto poderá ser mentira não é mesmo? Analisar e identificar os personagens são pontos necessário para uma boa interpretação de texto.
  8. Observe a linguagem, o tempo e espaço - A sequência dos acontecimentos, o feedback, conta muito na hora de interpretar.
  9. Analise os acontecimentos de acordo com a época do texto - É importante que você saiba ou pesquise sobre a época narrada no texto, assim, certas contradições ou estranhamentos vistos por você podem ser apenas a cultura da época sendo demonstrada.
  10. Leia quantas vezes achar que deve - Não entendeu? Leia de novo. Nem todo dia estamos concentrados e a rapidez na leitura vem com o hábito.
Bem, não digo que seguindo essas dicas você agora interpretará todo texto que ler, mas já é um caminho. E, lembre-se:o hábito da leitura auxilia automaticamente a sua maneira de interpretar."
 
(Disponível em <http://www.analisedetextos.com.br/2010/01/10-dicas-para-interpretar-textos.html>. Acesso em: 12 nov. 2011)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Interpretação de texto: tirinha

        Segmento ou fragmento de HQs, geralmente com três ou quatro quadrinhos, apresenta um texto sincrético que alia o verbal e o visual no mesmo enunciado e sob a mesma enunciação. Circula em jornais ou revistas, numa só faixa horizontal de mais ou menos 14 cm x 4 cm, em geral, na seção “Quadrinhos” do caderno de diversões, amenidades ou também conhecido como recreativo, onde se podem encontrar Cruzadas, Horóscopo, HQs, etc.
(Fonte: COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.)    
       Já o dicionário Houaiss (versão eletrônica) apresenta a seguinte definição para “tira”:    

Segmento ou fragmento de história em quadrinhos, ger. com três ou quatro quadros, e apresentado em jornais ou revistas numa só faixa horizontal.  
 
       As tirinhas também são muito comuns na última página dos gibis. Entretanto, nesse espaço, aparecem na vertical. São principalmente reconhecidas por seu caráter humorístico e pelo número reduzido de quadrinhos. 
        A atividade seguinte foi retirada do Vestibulinho ETEC do 2º sem/11. Este fato nos mostra o quanto é importante saber interpretar textos visuais, tanto quanto os verbais.

 

Leitura de charges

O mundo à nossa volta está repleto de imagens que nos trazem diversos significados, despertando emoções e opiniões variadas. Temas e fatos polêmicos acontecem à toda hora e ser uma pessoa bem informada é requisito fundamental para não ser excluído pela sociedade. Unir imagens às notícias, criando um tom satírico ou mesmo cômico tornou-se algo muito comum, e saber compreender as mensagens implícitas neste gênero tão interessante, que é a charge,  passou a ser regra em vestibulares e concursos, sendo cobrada muitas vezes a sua análise.
Por este motivo trago para meus leitores, como primeiro texto do blog, uma atividade de análise de charge retirada de uma prova de Etec, do 2º semestre de 2011, para treinarmos um pouco a leitura deste gênero textual tão complexo e interessante.